O Início do Fim

Do mesmo autor de "A Porta das Sombras"...


CAPÍTULO 1
O INÍCIO

CÉU estava nublado, com chances de haver pancadas de chuva a qualquer momento. Enquanto isso, com um capuz na cabeça, Verônica andava por uma extensa trilha, cercada por árvores, pássaros e outros animais. Ela estava ali por um motivo, esse qual mudaria não só a vida dela, mas de toda a humanidade.

Após percorrer a pé e sozinha alguns quilômetros de trilha, ela encontra o que procura. Na sua frente, há um poço bem fundo e sem água. Mas lá embaixo não estava totalmente escuro, era possível ver a água rasa lá dentro. Verônica então amarra uma corda em um lugar sólido e seguro, e vai descendo por ela. Até que chega no fim do poço, onde existe uma passagem ao lado.

O chão do poço tem apenas um pouco de água, o suficiente para se molhar as pernas. Com uma tocha na mão, Verônica caminha pelo estreito corredor. Até que ela sai daquela caverna pelo "teto". Ao sair, a claridade do dia dificulta sua visão por alguns segundos. Mas logo ela consegue enxergar o lugar nitidamente.

Ali não há nada mais que um grande portão fechado de grades verticais de ferro, além da mata fechada que encontra-se em volta. Sim, não havia outro jeito de chegar àquele lugar, se não pelo poço. Por que se viesse pela mata, Verônica morreria, visto que ninguém nunca conseguiu atravessar aquela floresta.

Mas agora Verônica estava onde queria, e nada a tiraria dali.

A mulher mexeu no bolso da sua blusa com capuz e retirou uma chave. Então se dirigiu sem pressa até o portão, colocou a chave na fechadura e ele se abriu. Assim, Verônica pôde passar além do portão. Ali havia um pequeno muro de tijolos, que tinha um buraco no centro. Verônica pegou então a sua lanterna e entrou dentro do buraco.

Lá dentro era muito escuro. Verônica parecia nervosa e atenta. Suas mãos tremiam, e a cada passo que dava, o seu coração batia mais forte. O lugar era cheio de salas, e tudo parecia bagunçado ali. Paredes estavam quebradas, havia objetos jogados pelo chão e móveis derrubados.

Verônica se dirigiu rapidamente até uma sala, e procurou algo em armários e prateleiras que haviam por lá. Ela leu rótulos de produtos vencidos que encontrou e colocou alguns em sua mochila que carregava nas costas.

De repente, Verônica ouve um barulho de coisas caindo no chão. Ela se desespera. Pega mais alguns produtos e sai correndo. Até que a mulher escuta passos no corredor e decide se esconder em uma das salas. Os passos se aproximam cada vez mais, até que param bem em frente à sala onde Verônica se escondeu. A mulher tremia e suava frio. Até que, depois de um tempo, os passos prosseguiram e se afastaram dali.

Sabendo que não podia ficar ali, Verônica imediatamente saiu correndo daquele lugar. Então ela conseguiu sair pelo buraco do muro, por onde entrou. Saiu pelo portão de barras de ferro e o trancou com a chave. Agora Verônica estava muito mais segura. Para sumir com a chave, ela jogou na floresta escura e perigosa - onde ninguém tinha coragem de ir.

Do outro lado do portão, Verônica ainda pôde ver duas esferas amarelas, uma ao lado da outra, como dois olhos a observando. Mas após alguns segundos, eles desapareceram.


Ela ainda estava ofegante, e decidiu ir logo até o poço novamente. Ao chegar lá, subiu pela mesma corda que desceu ali. Então Verônica finalmente conseguiu sair do poço.

- Agora que eu tenho o que queria, quero ver se alguém vai querer me enfrentar! - Disse Verônica, maldosamente.


ENQUANTO ISSO, BEM LONGE DALI...

Débora colocava um belo vestido e se adornava com brincos, colares, pulseiras e maquiagens. Ela estava se arrumando para uma ocasião muito importante - a sua formatura.

Débora é uma jovem de apenas dezoito anos que tinha finalmente terminado os estudos. Ela estava muito ansiosa para esta ocasião.

Logo chegam Cintia e Luana, as melhores amigas de Débora.

- Amiga, você tá linda! - Elogiou Cintia.

- Verdade! Eu estou até com inveja. - Brincou Luana.

- Obrigada, amigas! Vocês também estão maravilhosas.

- Ah, eu já sei disso. - Disse Cintia - Brincadeira... mas obrigada.

- Meninas, eu estou muito ansiosa. Será que vai dar tudo certo?

- Claro, Débora! E o que poderia dar errado criatura? - Perguntou Luana.

- Ah, sei lá... de repente eu fico imaginando aquelas cenas de filmes que as pessoas tropeçam e caem na hora de pegar o diploma. - Disse Débora. - E se isso acontece comigo?!

- Amiga, seja otimista! Nada de ruim vai acontecer. Nós também estamos ansiosas, mas agora você precisa relaxar um pouco. - Sugeriu Cintia.

- Tem razão, vou tentar me acalmar. Realmente, não há nada de tão ruim que possa acontecer... eu acho. - Disse Débora.

- Agora que tal terminarmos de nos arrumar e depois comermos um lanche antes de irmos para a formatura? - Sugeriu Cintia.

- Ótimo! Estou mesmo com fome! - Concordou Luana.
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CAPÍTULO 2
O MISTERIOSO INCÊNDIO

COMO combinaram, depois de comerem um lanchinho, Débora, Luana e Cintia foram até a formatura. Na verdade era uma festa, ou um baile de formatura, com música e comida, é claro.

Quando entraram na festa, Cintia disse:

- Que festa legal, hein?! Eu vou andar por aí pra ver se encontro conhecidos!

- Está bem! - Disse Débora.

- Amiga, isso aqui tá uma loucura! Olha aquela mesa de doces! - Comentou Luana.

- É verdade! - Concordou Débora.

- Eu não resisto, vou ter que dar uma provada naquelas delícias!

- OK, Luana, vai lá. Eu vou andar por aí.

- Tá certo, a gente se encontra depois.

Débora foi caminhando pelo salão de festas, enquanto ia encontrando com muitos amigos e colegas de escola. Até que se distraiu um pouco e não olhou por onde andava, acabando esbarrando em um garoto que segurava uma bandeja com alguns bolinhos, que caíram no chão.

- Ah, me desculpe. Que desastrada que eu sou! - Disse Débora, apavorada.

- Não, tudo bem. Eu estava mesmo querendo me livrar desses bolinhos. Minha irmã que fez e... sabe, ela não cozinha muito bem. - Disse o garoto.

Os dois riram enquanto se abaixavam para recolher os bolinhos do chão.

- Então... meu nome é Tiago, e o seu?

- Eu sou Débora, prazer.

- O prazer é todo meu. Sua formatura também?

- Sim, estou muito ansiosa! Você também está se formando?

- Não, não. Só estou acompanhando minha irmã mais nova. É sua formatura da oitava série. Mas eu já passei por isso ano passado.

- Ah, entendi.

- E você está gostando da festa?

- Muito boa... e você, o que está achando?

- Bem, nada mal... Mas a minha foi melhor! - Brincou Tiago - Não, não, estou brincando.

Os dois riram novamente.

- Você está acompanhada?

- Só das minhas amigas.

- E será que elas deixam você dançar comigo?

- Está me convidando para dançar?

- Bom... eu acho que sim. Não é minha formatura, mas acho que ninguém vai se importar se eu dançar com você.

- Está bem.

Então os dois foram até a pista de dança e começaram a dançar lentamente, se misturando à todas as outras pessoas que também dançavam ali. De longe, Luana e Cintia só observavam.

- Você se formou neste mesmo colégio? - Perguntou Débora.

- Não, eu não morava aqui. Me mudei esse ano com meu pai e minha irmã. Nós morávamos na Alemanha.

- Ah, um turista! Seja bem vindo ao nosso país então.

- Obrigado. - Agradeceu Tiago. - Você dança muito bem!

- Ah, obrigada. Você também não dança mal.

- Que bom que achou isso.

Nesse momento, a música acabou e uma senhora se dirigiu até o microfone e começou a dizer:

- Sejam todos bem-vindos à mais uma formatura dos alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio! Queremos agradecer à todos pela presença e dizer que se divirtam na festa! Mas agora vamos anunciar todos os formandos e pedir que eles venham até aqui pegar seus diplomas, por favor.

Então a senhora, que era a diretora, começou a dizer vários nomes de alunos que estavam se formando. Até que chamou Cintia e Luana, e elas foram até lá, pegaram seus diplomas, agradeceram e se retiraram.

Logo a diretora disse o nome de Débora, que foi logo pegar o seu diploma também. Ela agradeceu aos amigos no microfone e depois se retirou, tomando bastante cuidado ao descer as escadas.

Nesse instante, antes que a diretora, Sra. Mirtens, pudesse continuar falando, um alarme com um som bem alto foi disparado. Todos ficaram com medo, e a diretora ficou olhando assustada. Então uma mulher rapidamente correu até o microfone e desesperadamente disse:

- É o alarme de incêndio!!! Temos um incêndio aqui!!!

A mulher ia saindo correndo, quando lembrou de algo e voltou a falar no microfone:

- Ah, e saiam com cuidado e respeitem os mais velhos. Agora corram!!!

Todos começaram a gritar loucamente e correram para vários lados. Muitos foram até a saída. Porém, Luana e Cintia correram até Débora.

- Amigas, o que vamos fazer? - Perguntou Cintia.

- Não sei. Não conseguiremos sair todos por aquela porta antes que o fogo ou a fumaça se espalhem por aqui! - Raciocinou Débora.

- Parece que o fogo está na cozinha, temos que ter cuidado para não ir lá! - Disse Luana.

- Tem razão! Está cheio de fumaça lá! - Concordou Débora. - Espera, cadê o Tiago?

- Sei lá! - Disse Cintia.

Então Débora avistou Tiago. Ele corria em direção à cozinha.

- Ali está ele!

- E por que ele está indo para a cozinha? - Perguntou Cintia.

- Talvez ele não saiba que o incêndio está lá! - Supôs Luana.

- Nós temos que ir atrás dele para saber! - Exclamou Débora.

Assim, as três garotas foram atrás de Tiago, na direção da cozinha, enquanto centenas de pessoas tentavam sair ao mesmo tempo por uma porta estreita.
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CAPÍTULO 3
A CONTAMINAÇÃO

DÉBORA, Cintia e Luana já estavam chegando na cozinha quando encontraram Tiago saindo de lá. Ele disse:

- Não tem nenhum fogo aqui!

- O quê? Não é possível, essa gente deve estar ficando louca! - Exclamou Luana.

Mas foi quando Cintia percebeu que tinha uma grande coluna de fumaça vindo da cozinha, e mostrou imediatamente às duas amigas.

- Tiago, então o que é aquela fumaça saindo da cozinha?

- Não sei, deve ser algo que estão fritando. Vamos avisar à todos que continuem aqui dentro. Foi só um engano.

Diante disso, as garotas não se conformaram com a simples resposta de Tiago, e correram para a cozinha, conseguindo passar rapidamente por ele. Ao chegar na cozinha, havia mesmo um incêndio, onde o fogo se espalhava cada vez mais.

- Amiga, acho que o seu namorado tem um sério problema de visão! - Disse Luana.

- A Luana tem razão! - Concordou Cintia. - Realmente há um incêndio aqui, e esse fogo vai se espalhar cada vez mais!

Débora ainda estava olhando para o incêndio, sem intender o motivo de Tiago ter mentido para ela e suas amigas. Também pensava em como ele estava estranho quando falou com elas agora pouco.

Foi quando, de repente, alguém lhe atacou por trás e ficou em cima de Débora, que caiu no chão. As amigas gritaram e tentaram ajudar Débora, mas outras pessoas também as atacaram e as derrubaram no chão.

Então essa pessoa beijou Débora, e os outros fizeram o mesmo. Nesse instante, Luana, Cintia e Débora foram perdendo a força e fechando os olhos. Depois disso, não viram mais nada e desmaiaram. Débora nem mesmo pôde ver quem a atacou.

ENQUANTO ISSO, EM ALGUM LUGAR PRÓXIMO DALI...

Verônica estava sozinha andando de um lado para o outro em uma sala, que era o seu laboratório. Ela não era nenhuma doutora ou cientista no momento, mas já tinha sido um dia. Enquanto andava, passava a mão sobre estranhos frascos de vidro e objetos de cientistas.

Até que chegaram dois homens na sala. Percebendo a chegada deles, Verônica lhes perguntou, enquanto segurava um frasco e olhava para o líquido estranho que tinha dentro:

- E então... completaram a missão?

- Sim, doutora. Todas as pessoas da festa já foram contaminadas. Como a senhora ordenou, elaboramos o falso incêndio para que as pessoas fossem até a porta serem contaminadas. - Respondeu os homens.

- Ótimo! Agora é só esperar 48 horas para se juntarem ao meu povo, e nos tornaremos uma só nação! - Ao dizer isso, Verônica gargalhou maleficamente.

- O que faremos com eles por enquanto?

- Hum... quero que levem-os para os outros países do mundo inteiro, para que nos tornemos todos um só povo! Reúnam os aviões, coloque os atuais prisioneiros lá e espalhem-se pelo mundo! Todos servirão a mim! Vai começar a extinção desta nação! - Exclamou Verônica - Agora todos serão meus! Há, há, há, há, há!
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CAPÍTULO 4
VIAGEM PERIGOSA

APÓS algumas horas desmaiada, Débora finalmente acorda. Ela levanta lentamente e olha ao seu redor. O cenário

CONTINUA...

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